O lutador Felipe

O lutador Felipe

“Tô na luta. Hoje não deu, mas amanhã vai dar. Só não mexo com as coisas dos outros”, apresenta-se Felipe, com a filha Eloá na boleia da sua carroça, o cão Jake aos pés, ao fim de mais uma jornada.

“Vim agora lá do shopping Plaza Sul, não deu, mas amanhã vai dar.”

Felipe trabalha como carroceiro, catador. E vive com a família, Eloá e outros cinco filhos (são quatro meninos e duas meninas no total), além da mulher, num barracão localizado junto do leito do riacho do Ipiranga, próximo à praça do Monumento.

“Quem sorriu na minha ida vai chorar na minha volta”, o verso que traz tatuado no antebraço direito, como escudo e lança, aprendido numa canção de funk.

Quem chorou na sua ida vai sorrir na sua volta, porque amanhã o corre do Felipe continua, com ou sem obstáculos, sem bulir com nada de ninguém, a honestidade que o pobre tem.

Separe o resíduo quando ele passar, gente!